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de Federico Fellini

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domingo, 24 de fevereiro de 2008

Onde os Fracos não Tem Vez

“Call it friend-o” • Anton Chigurh (Javier Barden)

— Faça a sua escolha amigo. Cara ou coroa?

— Eu não apostei nada.


— Apostou sim. Está apostando a vida inteira. Você apenas não sabia.

Desde o início o filme já diz a que veio.
Cenas de homens caçando, matando animais e outros homens. Em um deste momentos, em uma panorâmica linda uma imensa sombra negra cobre vagarosamente a paisagem seca e árida do Texas. Pronto, com poucos minutos o filme já mostra o que se deve esperar em relação a ritmo, tema, roteiro e uma fotografia belíssima. Infelizmente é uma pena que poucas pessoas se dão conta disso, da proposta de linguagem e de roteiro do filme. Onde os Fracos não tem Vez, tem sofrido críticas ruins de espectadores e ótimas de especilistas que elogiam o roteiro, diálogos, fotografia etc. Mas cada um tem seu gosto, e como se diz, gosto não se discute certo!
Por isso o CINESURPRESA é sempre aberto e expõe a opinião de quem gosta e quem não gosta e esta é a minha:

“Onde os fracos não tem vez” é um grande filme, principalmente por não ser de fácil disgestão, é difícil, possui um ritmo lento para um filme de velho oeste, tem um fotografia perfeita e sonoplastia que poderia ser considerada como um personagem a parte. É um filme de personagens bem trabalhos, isso quer dizer que não possuem personildades fáceis, o contrário, e é um filme de grande e ótimos diáologos.


Críticas sobre o final do filme então, existem de monte. Acredito que isto aconteça porque as pessoas gostam e estão acostumadas com finais amarrados ou de impacto.
Mas a proposta de final do filme também está embutida durante toda a história. Em certo momento um dos personagens fala “Você sabe como tudo isso vai acabar” e em outro momento “Os crimes de hoje são difíceis de compreender”. O final acontece depois que todos tem seus destinos arrumados, tudo que tinha acontecer com cada personagem acontece, então porque e para que fazer, criar, mostrar mais?

“No meu sonho, eu sabia que ele estava indo na frente e que ele prepararia uma fogueira lá fora, na escuridão e no frio, e eu sabia que quando eu chegasse, ele estaria lá. E então eu acordei.”

Portanto, acho que é um final de impacto sim, fora do convencional, é feito para que você pense e não saia do cinema com tudo resolvido. Sem falar que é uma adaptação perfeita do romance de Cormac McCarthy onde o final é exatamente igual, assim como todo o filme possui uma adaptação correta de cenas e história.
Vale aqui falar do nome o nome original é “No country for Olf Men” que na tradução correta, não literal, do que este título significa é “Sem nação para os Velhos” e com este título fica mais fácil de entender a narração em off do início e o final do filme.

Ele começa o filme falando que gosta de ouvir histórias sobre o velho oeste, fala que vem de uma gerção de homens da lei, de xerifes, onde antigamente eles nem precisavam usar armas, antigamente tudo era diferente, nao havia tanta violencia, crueldade. Diz que nos dias hoje isso seria impossível e quem continuar vivendo e agindo como naqueles tempos não têm as mesmas possibilidades de sobrevivência, ou seja “Sem nação para os Velhos”. E termina contando uma história de uma assassinato horrível de antigamente e que estamos prestes a conhecer um caso de grande crueldade.


Que vamos ouvir e ver uma história, ou lenda, sobre o velho oeste e de um assassino perigoso fica claro com esse início de filme, não apenas pelas cenasjá descritas mas por essa locução em off do Shefiff Bell (Tomy Lee Jones).
Uma história de velho oeste e onde podemos aplicar uma frase histórica de filmes deste gênero “quando a lenda é mais interessante que um fato, publica-se a lenda” (O Homem que Matou Liberty Valance” de John Ford - um clássico do faroeste). E Anton Chigurh (Javier Barden) virou lenda com este final destes e não um caso na história.
Poderia ficar horas aqui falando e citando dialógos frases deste filme mas algumas realmente nos mostram como o roteiro e tudo mais no filme é perfeito:

— A idade simplifica o homem (Shefiff Bell - Tomy Lee Jones)
O filme tem esta simplicidade em tudo.

ou ainda o diálogo entre Carson Wells (Hoody Harrelson) e Anton Chigurh (Javier Barden)

— Você tem idéia do quanto é louco? (Carson)
— Você se refere à natureza desta conversa? (Anton)
— Eu me refiro à natureza de sua pessoa. (Carson)

Onde os Fracos não tem Vez é um filme que mostra claramente a natureza de cada um dos personagens, principalmente a de Anton, o que fica claro na primeira cena de assassinato. Seus olhar diz tudo. Fora isso tem diálogos engraçados, muitta tensão e realmente mexe com nossos instintos, incomoda.

Bem eu indico e espero que logo mais a noite, na premiação do Oscar que é daqui a pouco ele ganhe muitos prêmios. Por isso até coloco este post antes para que ninguém fale que fui influenciada. Como sempre mande opiniões, concordando, discordando etc etc.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008